A partir dos encontros e
discussões, proporcionados pela 4ª Jornada dos Direitos Humanos cujo tema foi
Mineração e Direitos, a Juventude Franciscana da Cerâmica Cil (Santa Clara,
Teresina-PI), pode enxergar que nosso País, se tornou um grande extrativista de
recursos naturais. Seus impactos territoriais e ambientais deverão crescer na mesma velocidade e proporção em que se
prevê a intensificação da atividade do País.
(Imagem: JUFRA Santa Clara-PI) |
O nosso primeiro encontro foi
realizado na casa da irmã Juliana, onde falamos sobre mineração. Pudemos ver
que este assunto não é muito conhecido e foi difícil falarmos sobre a mineração
no Brasil, principalmente sobre seus efeitos impactantes na natureza.
Discutimos sobre as mineradoras existentes no nosso país, as condições de
trabalho, a grande mudança depois que uma mineradora se fixa em uma região, a
forma como os empresários investem ao fazerem propaganda para conseguirem
trabalhadores. No segundo encontro, feito na casa da irmã Alice, discutimos
sobre direitos, como os meios de comunicação influenciam em nossas ações, ao
nos deixarmos levar por propagandas enganosas e vimos que a mineração não é
explicada com detalhes nos meios de comunicação.
No terceiro encontro abordamos
o pós-extrativismo. A mineração poderia sim ser exercida, desde que tivesse um
equilíbrio entre humanidade e planeta terra e nós como juventude franciscana inserida
na sociedade poderíamos mudar o atual modelo de produção que leva ao esgotamento dos recursos naturais e a
enormes impactos ambientais. Nesse
sentido devemos participar ativamente dos processos em que são criadas leis,
bem como procurar contribuir para o cuprimento destas. Assim, devemos zelar por
nosso meio ambiente, praticando de fato as leis existentes.
(Imagem: JUFRA Santa Clara-PI) |
A fim de mostrar à sociedade a
importância e necessidade de construir um mundo mais justo e igualitário,
realizamos ainda uma caminhada pelas ruas de nossa comunidade, afim de que esta
possa formar uma consciência dessa problemática que aflige tantos brasileiros
de nosso país.
O Brasil possui um grande
número de mineradoras estrangeiras, a mineração e o extrativismo se apropriam
de forma privada da natureza. Infelizmente desconhecemos essa realidade, por
que fechamos os olhos para as injustiças causadas pelo extrativismo. Os meios
de comunicação fornecem informações as quais os empresários querem que a população tenha conhecimento e como não buscamos saber a verdade escondida
por trás do suposto "progresso", acabamos percebendo suas
consequências, por vezes, desastrosas.
(Imagem: JUFRA Santa Clara-PI) |
O novo código que será feito
pelos órgãos responsáveis por estas questões é uma forma ajudar a Terra.
Buscando com isso o pós-extrativismo, que seria o equilíbrio entre Humanidade e
Planeta Terra, mudando o atual modelo de produção que leva ao esgotamento dos
recursos naturais e a enormes impactos
ambientais, por meio de uma extração
racional e sensata.
Agirmos como uma fraternidade
impulsiona ao ser humano ter cuidado e respeito pela Mãe Terra. Nos leva a
sermos exemplos, como frei Francisco que amou por inteiro sua mãe. Com atitude
e gestos podemos como seres pequeninos de ante de "Grandes", ajudar a
mudar o pensamento de quem maltrata a natureza. Seguir os direitos da natureza,
onde cada ser vivo tenha direito ao ar puro e ao sol como fonte de luz e calor,
e o solo seja protegido contra a erosão e explorado de acordo com suas
potencialidades.
Em nossa localidade vimos que
a exploração da Terra esta em frente a nossa casa. Todos os dias é retirada de
um terreno, localizado na comunidade, argila, uma vez que essa região é um polo
ceramista, no qual se produz tijolos e telhas. Anteriormente a região, Morro
Branco, era arborizada. No local encontramos muitas crateras, rachaduras e
ravinas formadas a partir dessa exploração. Crianças frequentam o local,
correndo o risco de caírem em um desses buracos cheios de água barrenta. Em
2010 este mesmo local foi cena de um acidente, no qual um rapaz morreu ao cair
num desses buracos cheio de água. O terreno é explorado há muitos anos e
ninguém nunca tomou inciativa para investigar se a exploração de argila é legal
ou não. Apenas se sabe que ele é explorado por uma cerâmica de tijolos chamada
Alvorada na Cerâmica Cil, localidade rural de Teresina PI.
Abraço Fraterno
Maria Gilvanessa
Rosa de Sousa
Subsecretaria
Local de DHJUPIC
(Imagem: JUFRA Santa Clara-PI) |
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