São Francisco e seu encontro com a Irmã Morte

“Louvado sejas, meu Senhor, 
pela nossa irmã, a morte corporal, 
da qual nenhum vivente pode escapar” 

São Francisco de Assis - Cântico do Irmão Sol.

Poucos instantes antes de morrer, por volta de 1226, São Francisco pede a seus irmãos que o deixem despido e que o coloquem nu sobre a terra. É seu último gesto de entrega total a Deus, sugerindo que nada quer deter ou poder, pois a única riqueza que seu coração anseia é a Graça de Deus. No gesto de desnudamento de Francisco está a vontade sentir-se totalmente entregue a vontade de seu Senhor, que é Pai e que é o Sumo e Único Bem que deseja “possuir”.



A experiência do Pobrezinho de Assis continua, mais de 800 anos depois, a cativar corações de homens, mulheres, jovens, crianças e idosos no mundo todo. Sua especial e tocante experiência com Deus permite a estes beber de uma espiritualidade totalmente enraizada na vivência do Santo Evangelho. É fonte de vida nova, é fonte de fraternidade. Foi modelo de vida até o fim. Francisco bem sabia que tudo aquilo era e tinha havia recebido como dom gratuito, e por isso não queria tomar posse de nada, nem das coisas, nem da natureza, nem da pessoa. Soube viver em profunda gratuidade e, assim, apesar de todos os sofrimentos teve a graça de bem viver a perfeita alegria.

Aproximando sua morte corporal, Francisco enche-se de um novo vigor, de uma nova alegria, de uma feliz esperança: o encontro com Aquele que mais amou, aquele Amor que não é amado. Francisco abre-se totalmente para a nova vida que surge diante de seus olhos chagados pela doença física. Francisco vê com outros olhos. O novo olhar de Francisco sobre a vida e a morte demonstram toda a realização de Deus em sua vida. Num êxtase de felicidade Francisco vive a rica experiência mística de nascer definitivamente para a Deus. Fica para aqueles que partilham do mesmo ideal o sentimento de alegria e esperança, o modelo de seguimento a Cristo Jesus, o modelo de serviço aos irmãos e à Igreja de Cristo. Trânsito? É passagem. É calvário. É mudança. É radicalidade.


Fontes:
Site Franciscanos: http://www.franciscanos.org.br/?p=47907
Fontes Franciscanas: capítulos 162 e 163.


Secretária Regional de Ação Evangelizadora