JUFRA PELA CRIAÇÃO: TEXTO FINAL + PISTAS DE AÇÃO



1.      Ecologia Integral
Chegamos a um dos principais focos, a ecologia integral. Que integra o ser humano, a sociedade e natureza. Viver uma ecologia integral é cuidar de si, dos outros, do ambiente que nos cerca1. 

Não há como falar em ecologia integral sem falar com na carta encíclica, o Papa deixa claro que quando falamos de meio ambiente nos referimos a relação entre a natureza e a sociedade que nela vive, portanto não é algo separado. E ainda expõe que precisamos “buscar soluções integrais que considerem as interações dos sistemas naturais entre si e com os sistemas sociais”. A crise que estamos vivendo é uma crise socioambiental.

Para a pergunta de como podemos mudar as cidades o papa também responde: “Não se trata de des­truir e criar cidades hipoteticamente mais ecológicas, onde nem sempre resulta desejável viver. É preciso integrar a história, a cultura e a arquitetura de um lugar, salvaguardando a sua identidade original. Por isso, a ecologia envol­ve também o cuidado das riquezas culturais da humanidade, no seu sentido mais amplo. Mais diretamente, pede que se preste atenção às cul­turas locais, quando se analisam questões relacio­nadas com o meio ambiente, fazendo diálogo entre a linguagem técnico-científica com a linguagem popular”.  Com isso podemos considerar uma mudança interna, que analisem sobre os efeitos que o modelo de vida atual produz na natureza como um todo.

Na vida cotidiana tentamos nos adaptar ao ambiente que estamos vivendo, com isso o que torna o ambiente melhor é nossa maneira de interagir com o que está ao redor, um exemplo da ecologia no dia a dia está, como descreve o Papa, nos “pobres que conseguem desenvolver, no meio de tantas limitações. A sensação de sufocamento, produzida pelos aglomerados residenciais e pe­los espaços com alta densidade populacional, é contrastada se se desenvolvem calorosas relações humanas de vizinhança, se se criam comunida­des, se as limitações ambientais são compensadas na interioridade de cada pessoa que se sente inse­rida numa rede de comunhão e pertença”.  Isso mostra que a vontade de viver em comunidade, em comunhão faz-nos superar grande problemas e desafios e torna a vida mais honrada.

Em suma, falamos de uma Ecologia ambiental, social, cultural e da vida cotidiana. Que segundo Ribeiro2: A ecologia social é aquela expande o cuidado pessoal se refere ao cuidado devemos ter com o nosso relacionamento e para todos os outros seres humanos, a ecologia pessoal se refere ao cuidado que devemos ter com o nosso corpo, respiração. E por fim a ecologia ambiental nos propõe união profunda com a natureza.

Assim, devemos evidenciar o princípio do bem comum que, segundo a Carta Encíclica, “pressupõe o respeito pela pessoa enquanto tal, com direitos fun­damentais e inalienáveis orientados para o seu desenvolvimento integral”.  E ainda afirma o princípio do bem comum é um “apelo à so­lidariedade e uma opção preferencial pelos mais pobres”. E para a Juventude Francisca essa opção preferencial pelos marginalizados e excluídos é um dos compromissos ressaltados na Carta de Guaratinguetá3.

Ainda dentro das questões da Ecologia Integral, as gerações futuras devem ser lembradas, devemos deixa de lado os propósitos individualistas e egoísta, pois a Terra é um bem comum e como tal deve ser partilhado e cuidado para os próximos, como forma de justiça. O Papa afirma:
“Quando pensamos na situação em que se deixa o planeta às gerações futuras, entramos em outra lógica: a do dom gratuito, que recebemos e comunicamos. Se a terra nos é dada, não podemos pensar apenas a partir dum critério utilitarista de eficiência e pro­dutividade para lucro individual. Não estamos a falar de uma atitude opcional, mas duma questão essencial de justiça, pois a terra que recebemos pertence também àqueles que hão de vir”.

Assim com todos os propósitos feitos pela carta encíclica Laudato Si’ e pela Ecologia Integral devemos iniciar por nossas próprias ações, começando no nosso cotidiano essa transformação.

  OBJETIVOS DO PROJETO “JUFRA PELA CRIAÇÃO”


A partir do documento Luzes para a Juventude:
Reforçar a coerência com o estilo de vida condizente com a prática do Evangelho;
Estabelecer e articular parcerias com movimentos sociais, ONGs, órgãos públicos, articulações populares, pastorais sociais e entidades afins;
Discussão e envolvimento nas realidades hídricas do Brasil;
Engajamento na luta por políticas públicas para a juventude;
Engajamento na luta contra a violência e o extermínio da juventude;
Estímulo a práticas ecológicas e parcerias com iniciativas socioambientais.
Promover e acompanhar ações ligadas ao saneamento básico.
Promover o engajamento das fraternidades nas lutas dos povos e comunidades tradicionais;
Estudo e prática da Encíclica Laudato Si’.

METODOLOGIA
Será apresentado textos que abordam, em âmbito geral, ecologia integral  para o Regional, para que possamos  contextualizar e aproximar os secretários locais de DHJUPIC bem como as fraternidades sobre o tema.
Animando, assim, os secretários locais de DHJUPIC para discutir sobre realidade com os irmãos em fraternidade. Buscando responder questões simples, que podem proporcionar debates e ideias concretas, como:
§  Como está o ambiente em que vivo?
§  O que posso fazer para contribuir para a conversão ecológica onde vivo?
§  Quais os focos principais de poluição e degradação da biodiversidade da minha cidade?
§  Qual o apelo mais forte da minha fraternidade?
§  Como posso fazer funcionar a Ecologia Integral no meu contexto de vida?
§  Como articular parcerias?

RESULTADOS ESPERADOS
A partir de todo o conteúdo abordado, espera-se que as fraternidades do Regional NE A2 CE/PI tenham se motivado a trabalhar em busca da Ecologia Integral, caminhando através dos passos de Francisco e Clara uma comunhão com a natureza. E que a vontade de trabalhar a partir da cooperatividade com outros movimentos cresça e floresça.


 CHEGAMOS AO “FIM” DO NOSSO PROJETO

“Fim” entre aspas, pois agora é com vocês!
Estamos chegando ao final do nosso triênio e finalizando nossos trabalhos na secretaria de DHJUPIC, mas as tarefas continuam. Queremos que vocês trabalhem o tema em suas fraternidades e nas suas comunidades, usem sua criatividade.
Que tal elaborar projetos, mesmo que simples, que mudem a rotina de suas fraternidades e conscientizem suas comunidades? Que tal procurar parcerias na sua cidade para esses projetos?
Trabalhar em parcerias é uma maneira democrática de incluir as qualidades de diversos órgãos, pastorais e movimentos entre outros. A cooperativadade influi para que tenhamos vontade de ajudar o próximo e assim também se ajudar.
 Segundo Arns et al4, cooperação transforma-se em um pré-requisito para a eficácia. “A parceria deve ser tratada como um relacionamento, não como um negócio. É preciso cultivar, dar feedback, exercitar a transparência. A boa gestão da parceria requer organização, confiança, comunicação, responsabilidade e aprendizado contínuo”.
Precisamos articular parcerias que condizem com os propósitos de vida da Juventude Franciscana, para que possamos construir vínculos e caminhar, com outras ONGs, órgãos públicos, articulações populares, pastorais sociais e entidades afins, para a construção da civilização do amor.
Terminamos esse projeto por aqui, agora é com vocês! Nos vemos no CORJUFRA!


Fraternalmente,

                                   Mayra Caroliny de Oliveira Santos, JUFRA
Secretária Regional de DHJUPIC
Regional JUFRA NE A2 CE/PI
Fraternidade N. Sr.ª das Graças, Floriano/PI

REFERENCIAS:
1.      Revista Ecologia Integral. Nº 38, novembro 2009.
2.      Ribeiro, Ana Maria Vidigal . Revista Ecologia Integral. Nº 27
3.      Juventude Franciscana Do Brasil. 2011. Carta de Guaratinguetá: “A JUFRA que queremos ser”. Guaratinguetá e Aparecida do Norte/SP.
4.      Arns, P. C.; Zapata, T.; Parente, Silvana; Osório, C. & Brito, M. do S. Desenvolvimento Institucional E Articulação De Parcerias Para O Desenvolvimento Local. Projeto BNDES-Desenvolvimento Local.