A devoção de São Francisco a São Miguel Arcanjo

Do pintor flamenco Juan de Flandes (1505), São Miguel e São Francisco
São Francisco nutria uma grande devoção por São Miguel Arcanjo. Tanto nos escritos deixados por ele
quanto nas biografias escritas após sua morte, os traços desta religiosidade estão presentes.

A Exortação ao Louvor de Deus, escrita pelo próprio São Francisco em uma tábua que servia de piso do altar em seu eremitério, termina bendizendo a Santíssima Trindade e pedindo a proteção do Príncipe da Milícia Celeste com a jaculatória “São Miguel arcanjo, defendei-nos no combate!”. A antífona do Oficio da Paixão também expressa esta devoção especial: “Santa Virgem Maria… roga por nós, com São Miguel Arcanjo, e com todas as virtudes celestes e com todos os santos…”.

A Festa de São Miguel era tão particular para São Francisco que, em preparação a esta data, dedicava uma “quaresma”, isto é, quarenta dias de retiro. Conta Tomás de Celano, um de seus primeiros biógrafos, que o santo “muitas vezes dizia que devemos honrar de maneira toda especial o bem-aventurado Miguel, porque é o encarregado de representar as almas. Pois em honra de São Miguel, fazia uma quaresma de jejuns desde a festa da Assunção até o seu dia. E dizia que, “em honra de tão importante príncipe, dever-se-ia oferecer a Deus algum louvor ou algum dom especial””(2Cel 27).

Foi exatamente numa destas quaresmas em honra do Arcanjo, precisamente no ano de 1224, que São Francisco recebeu as estimas no Monte Alverne. Narra a Legenda Maior (XIII,5) que, “tendo chegado também a festa de São Miguel Arcanjo, Francisco, o homem angélico, desceu do monte. Trazia consigo a imagem do Crucificado, não gravada à mão em tábuas de pedra ou de madeira, com artifícios, mas escrita nos membros da carne pelo dedo de Deus vivo”.

O Anônimo Perusino, outra biografia de São Francisco ligada mais aos seus primeiros companheiros, refere-se ainda a outro evento marcante que São Francisco associava à Festa de São Miguel....

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