"Precisamos voltar a Assis" | Capítulo Nacional das Esteiras 2017: Testemunho da jufrista Andréa Patrícia


Deus Pai me concedeu esta graça de participar do Capítulo das Esteiras, algo que jamais esquecerei. Quatro dias onde vivemos em fraternidade e buscamos voltar às fontes da misericórdia, voltar a Assis. Primeiro dia de encontro fui muito bem acolhida pelos meus irmãos da Família Franciscana de outras cidades. 

No início do encontro fizemos a oração de abertura do Capítulo das Esteiras; depois tivemos apresentação do Conselho Diretor e a saudação dos congressistas. Momentos  muito importantes para mim, pois não tinha muito conhecimento sobre a CFFB. 

Ao término deste momento, tivemos a conferência de abertura onde foi falado sobre os 800 anos de Perdão de Assis com o tema “Levar ao mundo a misericórdia de Deus” e o lema “É preciso voltar a Assis”. O tema e o lema remetem um ao outro, pois para mim, um dos maiores exemplos de Misericórdia foram nossos pais seráficos Francisco e Clara e isso na minha perspectiva foi muito profundo. A partilha foi presidida pelo Frei Vitório Mazzuco (Clique aqui para ver o Blog do Frei Vitório).


Quando cheguei a Aparecida fui direto para o encontro do Capítulo das Esteiras passei a tarde por lá e quando acabou o encontro do dia foi para onde estava hospedada quem me acolheu foi as irmãs Franciscanas Seráficas de Vida Ativa que também fazem parte da Família Franciscana. Dividi o quarto com uma irmã da OFS de Guarulhos e foi uma experiência muito boa e fraterna. No lugar onde fiquei hospedada tinham muitos irmãos da OFS de Uberlândia/Minas Gerais, Guarulhos/São Paulo. 


Lá no local onde estava hospedada consegui me aproximar com todas as pessoas e conversamos bastante, partilhamos nossas experiências em nossas fraternidades e em nossas cidades.  Para mim foi uma experiência muito enriquecedora, conhecer pessoas da sua mesma família e que buscam o mesmo ideal de vida. Na parte da tarde teve a apresentação do Capítulo pelo Frei Diego. Era momento onde a gente tinha indicações e orientações práticas.

Durante os quatro dias, houve momentos de convívio com louvor danças, o pessoal da animação sempre chamava todos para dançar. 

Chamavam a JUFRA, OFS, Irmãs Clarissas, Irmãs de Vida Ativa, Frades para dançar e partilhar esse momento de alegria fraterna. Também tivemos dinâmicas, a Celebração Eucarística em 4 dias e horários diferentes. Em todas as celebrações no momento da homilia, refletimos mais uma vez sobre a misericórdia e sobre Clara “que devemos imitar olhando para o espelho que é Jesus”. O primeiro dia de celebração eucarística quem presidiu foi Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Aparecida.

As primeiras pessoas que eu conheci foi seu João da OFS de Guaratinguetá e sua esposa. Ele que foi me buscar na rodoviária e levou-me até o encontro. Conheci-o através das Irmãs Clarissas de Guaratinguetá. Depois que fui para o credenciamento logo me encontrei com o pessoal da cidade de São Luís no Maranhão que são da JUFRA e OFS, como o irmão Tiago que é jufrista. 


O capítulo das esteiras foi muito além aquilo que imaginei conhecer; convivi com pessoas novas e de tamanha generosidade. Uma coisa que senti no capítulo foi estar em família, onde permaneci aberta, atenta a acolher novos irmãos. Uma das coisas que mais achei especial foi encontrar as irmãs Clarissas participando deste Capítulo. Logo fui cumprimentá-las. Eram de Colatina/Espírito Santo e também de Guaratinguetá/São Paulo. 

Um momento que eu participei que eu gostei também foram as oficinas; fiquei na oficina de juventude lá nós discutíamos sobre os jovens  na realidade de hoje em sentido de globalização, família, política, igreja, mercado de trabalho e vários outros aspectos. Interessante que uma jovem partilhou conosco uma inquietação dela como jovem, que passou por dificuldades. A Samanta da JUFRA de Rio Grande do Sul. Sobre a depressão que muito afeta os jovens hoje. Ela nos instigou que depressão não é frescura é coisa seria. É que devemos ajudar o jovem que sofre. A Oficina foi presidida por Ana Carolina Miranda da OFS (Formadora Regional da OFS de Minas Gerais) e Washington Lima (Secretário Fraterno Nacional da JUFRA do Brasil). Também teve colaboradores nas oficinas, como a Mayara Ingrid da OFS de São Luís, atualmente Secretária da CFFB e outros jufristas.



Outra mana do nosso regional que estava por lá marcando presença é a Sabrina Ferreira. Ela que é atual Secretária Nacional de IMMF da JUFRA DO BRASIL e é de Fortaleza/CE. Duas lindas! Estávamos muito bem representados em Aparecida :D  

Compreender a missão e evangelização das juventudes a partir de seus contextos sociais, motivacionais, dificuldades e desempenhos. Eram várias as oficinas: famílias, artes, espiritualidade franciscana, periferias existenciais entre outras.


No segundo dia “A misericórdia de Deus e a misericórdia na perspectiva franciscana” foi o tema da palestra com Frei Luiz Carlos Suzim, OFMCap em que nos apresentou vários pontos: a misericórdia como iniciação a vida Cristã, como fundamento da irmandade, relação justa a todas as criaturas.


“O Capítulo das Esteiras foi algo peculiar, construtivo para juntos edificarmos um mundo melhor. Precisamos reconstruir os nossos laços e o nosso sentido de pertença, reconstruir a partir de identificar o outro como irmão. Reconstruir como conferência, na compreensão da interdependência. O capítulo também é uma comoção a voltar a Assis e ouvir do crucificado ‘Vai e reconstrói a Família Franciscana do Brasil’ na sua compreensão, na sua interdependência, na sua missão profética, nesse sentido de pertença. Somos todos chamados a criar um novo mundo em Deus e com Deus. Então vamos juntos misericordiosamente, abrir consciências porque o nosso país, nós já sabemos da situação. Eleger é capitar dinheiro, governar é uma indústria, uma empresa que produz poderes. Os governos não protegem nada, não cuidam de nada, mas partilham da nossa herança de destruição. O Brasil nasceu da destruição do seu natural, refunda o Brasil, refundar nosso espaço, não só sonhar, mas concretizar. Clara e Francisco viveram a utopia do reino e essa utopia se concretizar com Jesus, uma humanidade possível, uma sociedade possível, um mundo possível. A grande preocupação da CFFB é cuidar da casa, do mundo também. Alguém tem que defender esse lugar que habitamos tudo isso, essa linguagem que nos pertence, cria uma sintonia, desperta o novo que está no coração de cada pessoa que está aqui.”



Paz e Bem!

Andréa Patrícia
Jufrista na Fraternidade Imaculada Conceição, Morada Nova, Teresina/PI