É PELA VIDA E DIGNIDADE DAS MULHERES!




FAZER MEMÓRIA A LUTA DAS MULHERES



Hoje, 8 de março, é mais um Dia Internacional da Mulher, ou melhor, Dia Internacional de Luta das Mulheres, data que muitas vezes é apenas vivenciada com prestação de homenagens e entrega de presentes. Estando longe de ser data comercial, retrata na verdade a luta e reivindicação de mulheres operárias por melhores condições de trabalho. Foi em maio de 1905 que pela primeira vez as mulheres saíram em passeata nos Estados Unidos, em prol da igualdade econômica e política no país. E somente em 1977 é que o 8 de março foi oficializado pelas Nações Unidas. O protagonismo das mulheres que lutaram pela igualdade de gêneros e melhores condições de trabalho ao redor do mundo não deve ser apagado pela comercialização e/ou redução da importância da data.
Em pleno 2019, as mulheres não têm muito o que comemorar, mesmo com os pequenos avanços e conquistas dos últimos anos, percebe-se várias ameaças e retrocessos na garantia dos direitos e dignidade das mulheres. Além dessas perdas, os casos de abusos, feminicídios, assédio e violência são comuns. De acordo com a ONU, 87 mil mulheres morreram no ano de 2017 sendo mais da metade assassinadas por conhecidos, ou seja, seis mulheres mortas por conhecidos a cada hora.
No Brasil, uma pesquisa realizada entre 2011 e 2016 e apresentada em janeiro desse ano, aponta que três em cada dez mulheres que morreram por causas ligadas à violência já eram agredidas frequentemente (Ministério da Saúde). Ainda no Brasil, outro estudo afirma que a cada duas horas uma mulher é assassinada e que, em média, doze mulheres são assassinadas todos os dias(Portal G1). O “Ligue 180” – Central de atendimento à mulher – registrou, de janeiro a julho de 2018, 79.661 relatos de violência sendo 37.396 referentes a violência física e 26.527 de violência psicológica (Além de: 27 feminicídios, 51 homicídios, 547 tentativas de feminicídios e 118 tentativas de homicídios) (MDH: Ministério dos Direitos Humanos). Esses números assustadores nos fazem lembrar que todos os dias temos que lutar não apenas pela igualdade de direitos, mas mudar a consciência, transformar pensamentos que vem de uma cultura que nos diminui, e, assim nos tornando presença constantes e garantir nossa liberdade de escolha.
Além de todos os dados de violência, abuso e a assédio, a reforma trabalhista retirou a proibição de que mulheres grávidas ou amamentando trabalhem em locais insalubres, colocando em risco a sua vida e de seus filhos, dentre outros retrocessos (Site do Planalto). E a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) da reforma da previdência do atual governo, que prevê uma faixa etária maior e um maior tempo de contribuição, para que mulheres idosas possam conseguir se aposentar com o valor integral do benefício (Conjur),reforçando ainda mais todas as perdas que as mulheres sofreram nos últimos anos.
Este ano a Campanha da Fraternidade alerta para a necessidade de lançarmos um olhar sobre o valor que damos às mulheres. Jesus não teve medo de conviver com as mulheres e as incluiu no grupo dos seus seguidores, elas foram as primeiras testemunhas da ressurreição do Senhor (CNBB, 2019), além disso temos Maria que é exemplo de ousadia, determinação e força.
É por esses e outros fatores que nesse 8 de março, nos unimos as vozes das mulheres e levantamos a bandeira, pela igualdade de gênero, contra o machismo estrutural e cultural, contra o feminicídio e qualquer tipo de violência e assédio, pela revogação da reforma trabalhista e contra a reforma da previdência. Lembrando sempre “a dolorosa situação de tantas mulheres pobres, obrigadas a viver em condições de perigo, de exploração, relegadas às margens das sociedades e vítimas de uma cultura do descartável” (Papa Francisco,2015).

Fraternalmente,

Mayra Caroliny de Oliveira Santos, JUFRA
Secretária Fraterna Regional
Regional JUFRA NE A2 CE/PI
Fraternidade N. Sr.ª das Graças, Floriano/PI

Lucas Tadeu Rodrigues Lins, JUFRA
Secretário Regional de DHJUPIC
Regional JUFRA NE A2 CE/PI
Fraternidade Sagrado Coração de Jesus, Fortaleza/CE

Maria Carolina dos Santos Ferreira, JUFRA
Secretária Regional de Comunicação, Registro e Arquivo
Regional JUFRA NE A2 CE/PI
Fraternidade Santa Clara, Teresina/PI